Outro dia estava contando ao meu chefe minhas histórias de adolescente. Fui aquela típica adolescente de filme, chata e cheia de clichês.
Muito paparicada, fui crescendo e tomando corpo. Virei "mocinha" antes que todo mundo, mas depois todas as minhas amigas me passaram no quesito "altura" e "corpão". Fazia dança e achava lindo passar o dia andando na rua com roupa de bailarina e um blusão por cima. Tinha meu grupinho de amigas, amadas por uns e odiadas por outros. Me apaixonei diversas vezes, achei que ia morrer de decepção outras milhares... Tive a minha época revoltada com o mundo porque nada dava certo pra mim... Sempre fui do tipo "Drama queen" (confesso, ainda sou um pouco), e é justamente por isso que a minha adolescência me rende tantas risadas.
Eu devia ter uns 13 ou 14 anos... provavelmente nem tinha beijado na boca ainda... Era apaixonada por um garoto que não percebia meus olhinhos brilhantes e achava que eu tratava ele tão mal porque não gostava dele. Minhas amigas sabiam, mas também sabiam que iam ficar sem língua se abrissem a boca sobre esse assunto... resumindo, ele não tinha como perceber e ninguém nunca ia contar.
Certo dia, estava eu e a C. (minha querida amiga de infância) voltando da Educação Física (Blerghhh) todas suadas e horrorosas. Entramos numa galeria pra cortar caminho e lá estava ele dentro de uma loja. Quando eu vi, me recusei a passar em frente. Estava horrível, ele não podia me ver daquele jeito!!! Eis que a minha querida C. teve a brilhante idéia de ir na frente e me avisar quando ele se virasse de costas para que eu pudesse passar. Como planejado, ela foi e me chamou... eu, desastrada como sempre, sai correndo e tropecei no meu cadarço exatamente em frente à loja... cai de cara no chão, tipo uma jaca madura.
Que desespero... a C. desapareceu, e quando ele ouviu aquele estrondo, veio correndo me ajudar... eu não conseguia olhar pra cima de tanta vergonha, com os joelhos ralados, completamente descabelada... levantei, agradeci olhando pra baixo e fui atrás da FDP da C. Quando a encontro sentada em um canto, passando mal de tanto rir e com as calças molhadas... Sim minha gente, ela teve um acesso descontrolado de riso e sua bexiga não aguentou tanta pressão... Não sabia se eu ria da minha cara vermelha e meu joelho sangrando, ou se ria do short molhado dela com o moleton amarrado por cima...
Pra quem acha que meu jeito desastrado é coisa recente, fiquem tranquilos... Eu devo ter levado algum tombo de cabeça no berçário. Como diz meus parentes do interior de Minas, quem nasce torto, morre torto.
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Confissões de adolescente
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